As características únicas desta pedra preciosa justificam a origem de seu nome, do grego adamas, significando invencível. Sua extraordinária dureza permite um polimento perfeito que, somado ao brilho adamantino, dispersão e transparência magníficos realçam acentuadamente sua beleza, enquanto sua estabilidade química contribui para torná-lo a gema de maior durabilidade dentre todas.
Constituído de carbono cristalizado e dotado de grande simbolismo amoroso, o diamante é mais comumente incolor a levemente amarelado ou amarronzado, embora possa ocorrer naturalmente em muitas outras cores.
Sabe-se que eles se formam sob condições termodinâmicas restritas, à pressões e temperaturas muito elevadas, que somente existem a profundidades superiores a 150 Km.
Os diamantes foram descobertos no Brasil no ano de 1714, na região do antigo Arraial do Tejuco, hoje Diamantina. Até esta data, Índia e Bornéu eram os únicos países produtores desta gema. Durante mais de 150 anos, o Brasil foi o maior produtor mundial, até a descoberta de diamantes na África do Sul, em 1866, pela primeira vez em uma fonte primária, a rocha matriz denominada kimberlito, alterando completamente o panorama mundial.
Atualmente, os diamantes ocorrem em todos os continentes, destacando-se a África e, entre os países, Botswana, Rússia, Canadá, Angola, República do Congo, África do Sul e Namíbia.
O Brasil, que voltou a apresentar grande potencial diamantífero em termos de reservas, atualmente detém menos de 1% da produção mundial, concentrada nos Estados de Mato Grosso, Rondônia, Minas Gerais, Roraima e Bahia.
Os diamantes lapidados são internacionalmente classificados considerando-se conjuntamente os fatores cor, pureza, peso e lapidação, que correspondem aos 4 “Cs” do inglês: color, clarity, carat (quilate, a unidade de peso dos diamantes) e cut, respectivamente.
Estes parâmetros de graduação refletem, entre outros aspectos, a raridade de certas características, além das preferências dos consumidores averiguadas durante centenas de anos pelos negociantes, mas não necessariamente estão relacionados à beleza.
A classificação de cor dos diamantes lapidados está baseada no grau de saturação da cor amarela e é realizada por comparação com padrões de cor de diamantes, sob iluminação artificial padronizada.
A pureza de um diamante, por sua vez, é determinada empregando-se, por convenção, um aumento de dez vezes sob iluminação adequada, classificando-o em um dos 11 graus existentes, cada qual com sua própria terminologia e significado, enquanto a qualidade da lapidação é determinada considerando-se conjuntamente as proporções, a simetria e o polimento da pedra.
A Evolução da Lapidação do Diamante
As primeiras evidências do conhecimento do diamante pelo Homem remontam ao século 4 antes de Cristo. Durante muito tempo, supôs-se que os diamantes possuíam poderes mágicos e, em razão disso, eram utilizados como talismãs. Acredita-se que seu uso como adorno, na forma natural de octaedro, iniciou-se apenas no século XI. A partir do início do século XIV, as tentativas de se trabalhar diamantes tornam-se mais eficazes. Na época, o que se fazia era um polimento bastante rudimentar das faces naturais das gemas. Constatou-se também que as extremidades pontudas dos octaedros poderiam ser desgastadas, fazendo com que fossem pouco a pouco rebaixadas. A superfície resultante, uma faceta, era então rusticamente polida, de forma que o diamante adquiria algum brilho.
Os locais por onde se difundiu a arte de se lapidar diamantes estão intimamente associados às rotas comerciais que ligavam Oriente e Ocidente. Sabe-se que no início do século XIV já haviam lapidadores de diamantes estabelecidos em Veneza, muito possivelmente oriundos do Oriente, possivelmente da Índia. Mais tarde, este ofício difundiu-se pela Alemanha (Nuremberg), Bélgica (Bruges e Antuérpia), e outros países da Europa.
Foram criados os estilos de lapidação denominados “mesa” e “rosa”, que ainda possuíam um número reduzido de facetas, mas que já emprestavam mais brilho e vida aos diamantes. Mais tarde, foi introduzida a simetria das facetas e, em meados do século XVII, foi descoberta a possibilidade de serrar diamantes. È desta época o talhe conhecido como “Mazarin”, enquanto no final do mesmo século deu-se o advento do corte “Peruzzi”, já com 58 facetas e forma aproximadamente quadrada. No século XIX predominam algumas variações do talhe Peruzzi e a criação dos estilos “Lisboa”, “Brasil”, “Européia Antiga”.e “Old Mine” que mais tarde evoluiriam até a lapidação brilhante.
Este estilo de lapidação foi desenvolvido especificamente para o diamante, embora eventualmente seja utilizado também em outras gemas. Por definição, todo brilhante apresenta 57 facetas, sendo 33 na coroa (parte superior) e 24 no pavilhão (parte inferior).
Não há um único inventor desta talha, também conhecida como Amsterdam, cujo desenvolvimento levou muitos anos até alcançar seu estágio atual e definitivo, embora se atribua ao italiano Vicenzo Peruzzi o início de sua invenção, por volta de l700.
Até o início do século XX, no entanto, o desenvolvimento dos estilos e formas de lapidação era apenas empírico. Somente por volta de 1910, passou-se, por meio de cálculos teóricos, a levar em consideração as características físicas e ópticas do diamante, assim determinando as proporções e a simetria que idealmente deveria ter a gema lapidada para que alcançasse o melhor efeito visual possível.
A forma redonda é a mais comum para a lapidação brilhante e foi desenvolvida com o intuito de maximizar a quantidade de luz que retorna à superfície após refletir-se nas facetas posteriores da gema.
O termo brilhante, sem qualquer descrição adicional, deve ser aplicado somente para diamantes redondos com lapidação brilhante. Além da forma redonda, clássica, o brilhante pode adotar, entre outras, as formas de gota (ou pêra), navete (ou marquise), oval e coração.
Em peças de joalheria antigas são frequentes, além dos já citados cortes, o estilo 8/8 (ou simples) e o estilo 16/16 (ou suíço). Outros cortes atuais relativamente comuns em diamantes são Princess, Esmeralda, Trilliant, Radiante e Asscher.
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