A imensa maioria das gemas possui origem mineral, portanto inorgânica. Uma parcela menor deste vasto universo das gemas, materiais com atributos especiais que permitem sua utilização como adorno pessoal, é formada com a participação de seres vivos. São as denominadas gemas orgânicas, das quais o coral é um dos principais representantes.
O coral é constituído de uma mistura de carbonato de cálcio e matéria orgânica, segregados por organismos marinhos primitivos, os pólipos, para formar armaduras, sobre cujas superfícies eles vivem.
Ocorrem no mar, em recifes e atóis, em águas tranqüilas e temperadas (~ 13 a 18oC), a pequenas profundidades (menos de 40 metros), onde os pólipos formam extensas colônias ramificadas, que vão aumentando de tamanho à medida que novos indivíduos nelas se estabelecem.
Em razão dessas restrições, só é encontrado em estreitas faixas que abrangem principalmente o Mar Mediterrâneo (Itália – Nápoles, Sicília, Calábria e Sardenha -, França – Córsega -; Espanha – Catalunha -; Tunísia; Argélia e Marrocos), o Arquipélago Malaio, Japão e Austrália. Historicamente, o maior centro mundial de lapidação de coral é Porto de Torre delGrecco, no Golfo de Nápoles.
As cores do coral variam de rosa claro, comercialmente conhecida como pele-de-anjo, a vermelha escura, denominada sangue-de-boi. As variedades marrom amarelada, designada coral dourado, preta, conhecida como coral negro, azul e branca são bem menos comuns.
O coral é utilizado como gema, em estado bruto ou lapidado (usualmente em cabochão ou em contas), ou mesmo na forma de camafeus, mosaicos e esculturas. Deve ser limpo com detergente neutro a levemente alcalino, pois é sensível aos ácidos e ao calor.