BELLE ÉPOQUE

Siga @joiasdeepoca no Instagram @joiasdeepoca

Na Belle Époque, (período também conhecido como Eduardiano, nome do entusiasta príncipe galês Eduardo VII e também uma referência à aproximação de alguns artistas da estética do rococó francês do século XVIII) Paris havia se convertido na cidade das extravagâncias, um centro de prazeres sensuais. Ali, tornara-se o cenário das celebridades internacionais e das rainhas do demi-monde, como a Bella Otero, Liane de Pougy e Émilienne d’Alençon, mulheres que usaram sua astúcia e sensualidade típicas para levar seus pretendentes à loucura, as concedendo grande luxo.

Uma estória famosa se deu com o extraordinário adorno peitoral criado por Cartier para a bailarina Carolina Otero (1868-1965). A peça, que levava o nome da dançarina, era um enorme colar que cobria todo o torso com desenhos de reluzentes flores. O Otero consistia em um conjunto de pedras preciosas com o valor de 10 milhões de francos. Na base, trinta enormes diamantes suspensos assemelhavam-se, como à época disse um observador, a “grandes lágrimas” e no centro, pesados colares de diamantes que se seguravam através de um grande broche, também de diamante. Tudo isso, engastado numa grande base em ouro puro. Esta peça de estrutura e beleza colossais ficava trancada em um banco e toda vez que Carolina desejava usar era-lhe enviada através de uma carruagem blindada acompanhada por soldados bem armados.

As preferências de Otero mostram as particularidades desta época, onde havia mais interesse nas próprias pedras e, por conseguinte, o valor agregado do que em trabalhar o engaste. A avidez por grandes diamantes coincidia com os avanços da tecnologia para talhar, o que melhorou as qualidades prismáticas das pedras, conferindo-as assim, um brilho mais ostentoso.